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Proclamação da República: ovação popular ao General Deodoro da Fonseca e Bocayuva, na rua do ouvidor, Rio de Janeiro, 1889. Gravura segundo desenho de Veridiano de Carvalho (Foto: Acervo/Fundação Biblioteca Nacional)Proclamação da República: ovação popular ao General Deodoro da Fonseca e Bocayuva, na rua do ouvidor, Rio de Janeiro, 1889. Gravura segundo desenho de Veridiano de Carvalho (Foto: Acervo/Fundação Biblioteca Nacional)

Há 132 anos, o marechal Deodoro da Fonseca se juntava a tropas de rebelados no Campo de Santana, no Centro do Rio. Sem resistência, monarquia caiu, e Dom Pedro II e sua família foram expulsos do país no dia seguinte.

O Brasil comemora nesta segunda-feira, 15 de novembro, o Feriado da Proclamação da República.

Há exatos 132 anos, em 1889, o marechal Deodoro da Fonseca se juntava a tropas de rebelados no Campo de Santana, no Centro do Rio, com os quais depôs o gabinete de Dom Pedro II. O imperador e sua família partiriam em exílio para a Europa no dia seguinte.

O 15 de novembro é feriado nacional desde 1949, segundo a Lei Federal 662, do presidente Eurico Gaspar Dutra.

O texto também fixava como datas comemorativas os dias:

1º de janeiro — Confraternização Universal;
21 de abril — Tiradentes;
1º de maio — Dia do Trabalho;
7 de setembro — Independência do Brasil;
2 de novembro — Finados;
25 de dezembro — Natal.

‘Abram esta merda!’

Ao contrário do grito do Ipiranga de Dom Pedro I no 7 de setembro de 1822, com o qual declarou a Independência, Deodoro não foi de muitas palavras naquele novembro, 67 anos depois.

“O problema é que não houve uma ‘proclamação da República’”, ensina o historiador Milton Teixeira.

Na tarde daquele 15 de novembro, Deodoro, mesmo se recuperando de uma crise de asma, decidiu apoiar o crescente movimento contra Pedro II. Vizinho do então chamado Campo da Aclimação, desceu de casa e se encontrou com militares enfileirados diante do Quartel-General do Império — onde hoje é o Palácio Duque de Caxias.

“Deodoro não proclamou a República de imediato. Ele queria derrubar o presidente do conselho de ministros, Afonso Celso de Assis Figueiredo. Derrubou, mandou prendê-lo. E pediu que o imperador designasse um substituto. Aí o imperador designa Gaspar da Silveira Martins, que era arqui-inimigo do Deodoro”, lembra o professor.

“Deodoro recebe a notícia, à noite, e diz: ‘Então derruba logo todo o sistema’”, emendou.

Quando Deodoro chegou ao Quartel-General do Exército, a porta estava fechada. “‘Abram esta merda!’”, cita Milton.

Afonso Celso acabou deposto. Não muito longe dali, no Arco do Teles, na Praça 15, a Câmara de Vereadores realizava a solenidade que pôs fim ao Império do Brasil.

“A República, na verdade, foi proclamada à noite. Por isso, na bandeira do Brasil, estão as estrelas visíveis na noite do dia 15”, destaca.

Contexto para a queda do Império

O regime monárquico já não correspondia às vontades da população. Em paralelo, desde a Guerra do Paraguai, nos anos 1870, o Exército pleiteava mais participação no governo — no que não era atendido.

Também havia atritos entre Pedro II e a elite agrária, que exigia indenização pela libertação dos escravos com a Lei Áurea, de 1888.

E crescia no Sudeste, que substituiu o Nordeste como polo econômico, a influência do positivismo — de onde veio o lema “Ordem e progresso” estampado em nossa bandeira.

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