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Greve foi decidida em assembleia realizada pela manhã (Foto: Divulgação/Sispec)Greve foi decidida em assembleia realizada pela manhã (Foto: Divulgação/Sispec)

Aulas estão suspensas por tempo indeterminado

Os professores da rede municipal de educação de Camaçari deflagraram greve geral em assembleia realizada na manhã desta quinta-feira (14). A categoria reivindica reajuste salarial, valorização profissional e melhoria estrutural das escolas.

De acordo com o Sindicato dos Professores de Camaçari (Sispec), a categoria busca acordo com a gestão municipal desde fevereiro, no entanto, ainda não tiveram respostas - decidindo assim pela greve.

"A gente vem há seis anos com reajuste quase zero e sem requalificação das escolas. A gente está reivindicando melhores condições de trabalho, valorização profissional e reajuste salarial linear, não só pra o piso, porque os seis anos sem reajuste achataram o piso da categoria", informou o Sispec.

O piso nacional atual para professores é de R$ 3.845,63, após o reajuste federal 33,24%, mas, segundo o sindicato, a gestão municipal de Camaçari apenas nivela por baixo. Ainda segundo o sindicato, professores com especialização estão ganhando o mesmo que aqueles apenas com o magistério, o que cria um desequilíbrio entre as qualificações profissionais e desestimula a busca por especialização.

"Um professor precisa estudar o tempo todo e não estamos tendo a valorização que merecemos", declara o Sispec.

A greve não tem prazo definido para seu fim, interrompendo a continuidade das aulas e afetando os mais de 37 mil alunos matriculados na rede municipal por tempo indeterminado. Contudo, a categoria espera que haja brevidade para as negociações com a prefeitura de Camaçari.

Na sexta (15), os professores se reunirão em nova assembleia para definir as estratégias de reivindicação. Já foi definido, no entanto, que os professores irão acampar em frente à sede da prefeitura na próxima segunda-feira (18).

Procurada, a prefeitura de Camaçari declarou que, ao tomar conhecimento do estado de greve, a Secretaria da Educação (Seduc) realizou uma reunião estratégica para conduzir a gestão desse momento a fim de minimizar os danos que a possível consolidação da greve geral possa causar à comunidade escolar.

De antemão, a Seduc já assegura a realização de um trabalho com calendários especiais, mantendo a oferta das aulas nas escolas e com os profissionais que não aderirem ao estado de greve.

Durante a reunião, um dos pontos considerados foi a configuração atual do calendário letivo de 2022, que prevê uma semana de recesso no mês de outubro, sem previsão de sábados letivos e finalização no mês de dezembro. Caso a paralisação se concretize, a Seduc assegura que todas as horas letivas estabelecidas serão cumpridas, seja por meio da instituição de sábados letivos ou da recomposição de aulas no mês de janeiro, se necessário.

Também houve referência ao risco de comprometer a segurança nutricional dos estudantes, justamente em um momento que a Secretaria da Educação dá andamento à ampliação da inclusão do café da manhã nas escolas. "Por esses e outros aspectos de natureza pedagógica e social, a Seduc busca maneiras de garantir o direito de acesso ao serviço de ensino público e, de imediato, já começa a recepcionar manifestações de escolas da rede informando que não vão aderir ao estado de greve", afirmou em nota.

Participaram da reunião, a secretária da pasta, Neurilene Martins, o presidente do Conselho Municipal de Educação, Juipurema Sandes, o diretor de Planejamento e Gestão da Seduc, Marcio Vila Flor, e representantes da Diretoria Pedagógica e do setor de Recursos Humanos da pasta.

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